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O que é o Jogador e o Jogo Patológico?

O Jogo Patológico ou Jogo Compulsivo tem vindo a ganhar uma importância proporcional à sua prevalência, a qual vem aumentado nos diferentes países, principalmente devido à maior disponibilidade de jogos de azar. Além de apostas tradicionais como lotarias, raspadinhas e casinos novos jogos têm sido introduzidos no mercado como casas de bingo, jogos eletrônicos através da Internet.
Embora se saiba há muito tempo que a atitude de jogar compulsivamente é um transtorno do comportamento, o seu caráter mórbido ou patológico só foi considerado a partir de 1980. Nessa época o Jogo Patológico passou a ser classificado e reconhecido como transtorno psiquiátrico através de sua inclusão na classificação da Associação Americana de Psiquiatria (DSM.III, Manual Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais, 3ª. Edição). Para esse manual de diagnóstico o Jogo Patológico pode ser definido como
"comportamento recorrente de apostar em jogos de azar, apesar de consequências negativas decorrentes dessa atividade. O indivíduo perde o domínio sobre o jogo, tornando-se incapaz de controlar o tempo e o dinheiro gasto, mesmo quando está perdendo",.
Para a Organização Mundial da Saúde o Jogo Patológico passou a ser reconhecido como doença apenas a partir de 1992 e, por definição, em linhas gerais, se caracteriza pela incapacidade da pessoa em controlar o hábito de jogar, a despeito de todos inconvenientes que isso possa proporcionar, tais como problemas financeiros, familiares, profissionais e sociais em geral.
Segundo a psicóloga Maria Paula Magalhães Tavares de Oliveira, do Ambulatório de Jogo Patológico da Unifesp, o jogo começa com pequenas apostas, normalmente na adolescência, mais frequentemente entre os homens. Para pessoas que não têm ou não conhecem o problema, a questão intrigante é a seguinte: o que leva a pessoa a ficar horas e horas envolvida com a mesma atividade de forma tão obsessiva? Tendo ainda por cima a consciência que se está a prejudicar a si e a outros!
Neste sentido o jogador compulsivo pode ser comparado a um viciado em trabalho, ou em comprar compulsivamente, na obsessão pelo sexo, ou pela internet, ou em tantas outras atividades comportamentais que fogem ao controlo. O jogador compulsivo tem reações parecidas aos alcoólicos ou dependentes químicos, tanto na sensação de prazer como no comportamento. Jogar, para essas pessoas, ativa circuitos cerebrais que provocam um prazer semelhante ao das drogas, e a atitude geral do dependente do jogo, tal como nos casos de alcoolismo e drogas, acaba por promover a exclusão de outras áreas da sua vida bem como o desgoverno total financeiro, social, emocional familiar e profissional!
Sendo uma Doença Patológica e Crónica Progressiva e mortal, esta não tem cura! Mas tem tratamento!
Geralmente os três fins que são conhecidos quando não interrompida são : Prisão, Hospital ou Morte.
É possível interromper a sua progressão e viver uma vida saudável e equilibrada, mas para tal é necessário encontrar as ferramentas para se manter sem jogar! Nós sabemos : Uma aposta é suficiente e mil nunca chegam!
A Irmandade de Jogadores Anónimos Norte é uma excelente base de suporte para aqueles que pretendem deixar de jogar e manterem-se sem jogar, e funciona num contexto de união e apoio entre os membros cujo objetivo é comum, por isso é que se tem revelado como essencial para os membros que participam nas suas reuniões.

20 PERGUNTAS DE DIAGNÓSTICO
1. Você já perdeu horas de trabalho ou da escola devido ao jogo?
2. Alguma vez o jogo já causou infelicidade na sua vida familiar?
3. O jogo afetou a sua reputação?
4. Você já sentiu remorso após jogar?
5. Alguma vez você já jogou para obter dinheiro para pagar dívidas ou então resolver dificuldades financeiras?
6. O jogo causou uma diminuição na sua ambição ou eficiência?
7. Após ter perdido você se sentiu como se necessitasse voltar o mais cedo possível e recuperar as suas perdas?
8. Após um ganho você sentiu uma forte vontade de voltar e ganhar mais?
9. Você geralmente jogava até ao último "cêntimo" ?
10. Você já pediu dinheiro emprestado para financiar seu jogo?
11. Alguma vez você já vendeu alguma coisa para financiar o jogo?
12. Você relutava em usar o "dinheiro de jogo" para as despesas normais?
13. O jogo tornou-o descuidado com o seu bem estar e o de sua família?
14. Alguma vez você já jogou por mais tempo do que planeava?
15. Alguma vez você já jogou para fugir das preocupações ou problemas?
16. Alguma vez você já cometeu, ou pensou em cometer um ato ilegal para financiar o jogo?
17. O jogo fez com que você tivesse dificuldades para dormir?
18. As discussões, desapontamentos ou frustrações fizeram com que você tivesse vontade de jogar?
19. Alguma vez você já teve vontade de celebrar com algumas horas de jogo?
20. Alguma vez você já teve pensamentos de por fim à sua vida como resultado de seu jogo?
O resultado é simples; a maioria dos jogadores compulsivos responderão SIM a pelo menos SETE destas perguntas. E quanto mais SIM, mais grave é o caso.
Se esse foi o seu caso ou de um familiar ou amigo, não espere mais tempo! Contacte-nos e peça ajuda para parar!